Sim, swing trading é melhor… Para quem já tem intimidade com as metodologias e perfis operacionais do trading (operações especulativas no mercado financeiro), a minha afirmação pode parecer contraintuitiva. Mas fique comigo que eu já vou explicar o porquê!
E quero deixar claro que é melhor para quem quer fazer, especificamente, trading. Se você tem como objetivo investir (não especular) para prazos mais longos, esqueça o que eu falei!
O que é swing? (não é o que você está pensando…)
Acho que seria interessante eu conceituar esse tal “swing” para aqueles que ainda estão começando (e não conhecem o jargão do mercado). No uso popular, a palavra swing é mais associada a certo “estilo de vida alternativo” (nenhum julgamento aqui, apenas uma observação). Porém, num sentido literal, swing significa “balanço” (verbo – o ato de balançar).
Se você já viu um gráfico de uma ação (ou outro ativo financeiro), já deve ter reparado que os movimentos não são lineares. Eles formam “dentes de serra”, alternando movimentos mais ou menos curtos para cima ou para baixo. A predominância de movimentos “para cima” ou “para baixo” é o que define a tendência geral.
Cada um desses movimentos é chamado de um swing. É como se os preços “balançassem” ao redor de uma reta imaginária, que representa a tendência geral.
Swing trading e os prazos operacionais
No mundo da especulação (trading), existem alguns “prazos operacionais” que são mais comuns. O mais longo é o “position trading”. O position trading representa operações que podem ter duração de alguns meses até alguns anos. Usualmente são feitas com base em gráficos semanais.
Na outra extremidade está o famoso “day trading”. São aquelas operações que têm duração de UM dia. Necessariamente elas começam e acabam no mesmo dia. Para elas, usa-se os gráficos intradiários como referência. Existe ainda o “high frequency trading” (trading de alta frequência), que dura frações de segundos – mas vamos deixar este de lado.
O swing trading seria um prazo intermediário. Geralmente,de alguns dias a algumas semanas. Usualmente, se usa como referência os gráficos diários ou intradiários de intervalo mais longo (acima de uma hora).
O que os educadores normalmente falam
A maioria dos educadores, instrutores e coaches de trading fala que, para os iniciantes, o position trading (mais longo) é melhor. O argumento deles para defender essa visão é tecnicamente perfeito. Em prazos mais longos, os gráficos de ativos financeiros tendem a apresentar menos “ruídos”. Além disso, operar em prazos mais longos reduz drasticamente a angústia e a ansiedade. E, como qualquer trader (ou “aspirante a trader”) sabe muito bem, o fator psicológico tem um peso ENORME no sucesso das operações.
Então, o “senso comum” diz que quanto mais longos os prazos, melhor para aqueles que estão começando.
Feedback rápido é fundamental no aprendizado
Porém, operar em prazos longos significa ter um feedback igualmente longo. E, muitas vezes, o prazo maior pode acabar mascarando uma metodologia ruim. A pessoa escolhe um método qualquer (seja baseado em indicadores, interpretação visual do gráfico ou alguma outra coisa) e vai “levar um tempão” para descobrir que aquele método tem alguma falha.
O swing trading proporciona um feedback mais rápido (pois as operações duram poucos dias). Como diz Seth Godin (um cara que nada tem a ver com trading, mas já deu importantes contribuições para o mundo dos negócios): “A melhor forma de mudar comportamentos de longo prazo é com feedbacks de curto prazo”.
Quanto mais rapidamente temos o feedback (no caso do trading, lucro ou prejuízo líquido após uma sequência de operações), mais rapidamente teremos a oportunidade de aprender, ajustar e evoluir.
Day trade – feedback ainda mais rápido?
Se o feedback rápido é tão importante (e, de fato, é), não seria melhor o iniciante já começar com o Day trading? Afinal, os feedbacks viriam no mesmo dia!
Porém, no caso do Day trading, o nível de ruído e de ansiedade é absurdamente maior. Por conta disso, acaba não sendo um prazo operacional adequado para quem está começando.
É um tipo de situação em que vale a pena sacrificar a velocidade do feedback para ter um pouco mais de “estabilidade” nos movimentos.
Existe outra forma melhor?
Existe. O ideal, para quem está começando (ou, desenvolvendo um novo método) seria fazer simulações em dados históricos. É o chamado backtest, onde se pega gráficos históricos de diversos ativos financeiros e se “testa” um método. Com isso, é possível ver como ele teria se comportado em vários cenários.
O backtest é uma forma de validar, estatisticamente, um método de operar. Porém, fazer um backtest “não é brincadeira”. Fazer um teste histórico bem feito é algo complexo, trabalhoso e sujeito a inúmeras falhas. Por isso não é algo muito realista para quem está começando.
Go swing!
Em vista das características de cada prazo operacional (bem como suas limitações), o swing pode ser o melhor caminho para começar.
Se você vai começar agora no mundo do trading, considere o swing trading como prazo operacional.
Algumas dicas adicionais para o seu começo:
Faça simulações antes de começar
Não falo de simulações históricas (o backtest), mas simulações “para a frente”, em tempo real (também conhecida como “forward-test”). Faça, por alguns meses, operações “imaginárias”. Veja os gráficos em tempo real, simule compras e vendas e faça isso por alguns meses. É fundamental para ver se seu método tem consistência e “para em pé”.
Comece com pouco dinheiro
Lembre-se de só operar com aquilo que pode perder. E, particularmente no começo (enquanto você não estiver totalmente confiante em seu método), opere com valores ridiculamente baixos.
Gerencie riscos e limite perdas
No curto prazo, a frequência de operações é maior. Assim sendo, se você não limitar suas perdas, você poderá acumular um prejuízo gigantesco.
Então, use ordens stop loss. E defina suas perdas máximas para cada operações de forma coerente com o seu capital total.
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