Como você viveria se, neste momento, você recebesse a notícia de que só tem uns poucos anos de vida? Provavelmente a ÚLTIMA coisa que passaria pela sua cabeça é “guardar dinheiro”. Pelo contrário, a atitude normal, numa situação assim, é sair gastando “como se não houvesse amanhã”.
Pois é, essa situação seria, hoje, associada com a descoberta de uma doença terminal ou algo assim. Porém, ao longo da maior parte da história da Humanidade, a nossa realidade era exatamente desse jeito.
Fomos “feitos para viver pouco”
O Homo sapiens surgiu há, aproximadamente, 300 mil anos. Durante a maior parte desse tempo, a expectativa de vida média do homem foi bastante curta (estima-se na faixa de 20 a 30 anos, em média).
Hoje é ao redor de 80 anos, mas, até o final do Século XIX, ainda era de menos de 40 anos, mundialmente.
A expectativa de vida da Humanidade começou a ter uma aceleração exponencial há, aproximadamente, cem anos (dando origem, inclusive, o chamado “risco de longevidade”, que é o risco de não ter recursos para sustentar uma vida tão longa). E, tudo indica, essa aceleração continuará, e nossa expectativa de vida deve aumentar nos próximos anos, graças aos avanços na medicina.
O lado ruim de viver muito é que… precisamos de mais dinheiro! E não “aprendemos”, ao longo da evolução, a ter uma vida longa.
A realidade de nossos antepassados era exatamente como aquilo que foi descrito no início deste artigo – ter pouco tempo de vida pela frente.
Um adulto da época do Paleolítico era alguém que, com sorte, teria ainda uns poucos anos de vida pela frente. É o tempo de passar seus genes para frente e “tchau”.
Por isso, ao longo da nossa evolução, não tivemos um incentivo da Natureza para aprender a “pensar no futuro”. Durante a maior parte de nossa história como espécie, não houve “longo prazo”. A vida acontecia no curto prazo – um dia de cada vez.
Por isso, guardar dinheiro (e mesmo outros recursos) não é uma coisa natural para nós, humanos.
Guardar dinheiro é lutar contra a Natureza
Não fomos feitos para guardar dinheiro e pensar no futuro. Nós até podemos pensar no futuro “racionalmente”, mas sempre tem aquela voz, dentro da nossa cabeça, dizendo: “Vai e gasta o dinheiro, aproveite porque a vida é curta!”.
Por isso, as pessoas que querem guardar dinheiro acabam tendo um “arsenal” limitado nessa luta contra a Natureza.
Uma das armas são os objetivos. Uma boa parte dos educadores e especialistas em finanças (eu incluso) defende a ideia de que, para poupar e investir dinheiro, a pessoa precisa ter objetivos.
Os objetivos são aquilo que dá a motivação para que se enfrente a própria natureza. Um objetivo bem formulado funciona como um elemento motivacional – a famosa “cenoura na ponta da vara”, que nos leva a fazer os esforços necessários nessa luta meio inglória…
Outra arma (essa mais recente) é a própria tecnologia. Uma forma de tentarmos contornar essa nossa limitação é automatizando, o máximo possível, as nossas finanças, de tal forma que certas ações sejam executadas sem precisar de nossa intervenção.
Ferramentas contra o nosso mecanismo de distorção da realidade
A mente humana tem alguns excelentes mecanismos para distorcer a realidade e nos fazer sentir menos culpados por nossas atitudes que são, às vezes… um pouco irracionais!
Entre esses mecanismos estão a racionalização, a negação e a justificação. É o famoso “foi só um pequeno deslize” ou o “começo a dieta na semana que vem”. Nós sabemos que não vamos fazer aquilo, mas mentimos para nós mesmos para aliviar nosso próprio sentimento de culpa.
Esses mecanismos funcionam maravilhosamente bem na hora de NÃO guardar dinheiro. Fazemos um plano bem elaborado (do tipo “guardar 10% da renda líquida mensal”) e conseguimos fazer isso por um mês, dois…
No terceiro mês, vem a racionalização (“preciso usar o dinheiro neste mês, mas no mês que vem coloco em dobro!”), e é assim que os grandes planos vão por água abaixo.
As ferramentas que automatizam a guarda de dinheiro ajudam a contornar esses mecanismos de distorção da realidade, pois não te dão a oportunidade de tomar uma decisão… A ferramenta já decide para você!
E assim como pessoas da área de marketing e vendas desenvolvem técnicas e discursos que tentam explorar esses vieses cognitivos, outras pessoas, da área de economia e psicologia, tentam colocar esses vieses a seu favor, desenvolvendo ferramentas que te levem, de forma mais ou menos sutil, a contornar seu impulso natural de “torrar tudo o que você ganha” e a guardar dinheiro para o futuro.
Hoje, graças à tecnologia, existem inúmeras ferramentas e aplicativos que podem usar essas limitações da nossa própria mente para o nosso bem. Um desses aplicativos para guardar dinheiro é o Grão, que tem o raro privilégio de aparecer neste site com o nome exposto, pois as pessoas que estão por trás dele são “irmãos em armas” de muito tempo.
Ferramentas para controle financeiro
O mecanismo mental que sabota nossa tentativa de guardar dinheiro é o mesmo que também sabota nossa tentativa de planejar as próprias finanças. Afinal, planejar as finanças é algo que envolve, na maior parte das vezes, restrições e, vamos combinar… não é uma das coisas mais agradáveis de se fazer.
Por isso, o uso de ferramentas também pode ajudar a ter consistência no planejamento financeiro. Aqui no site, tem uma planilha gratuita de minha autoria, mas existem inúmeras outras ferramentas às quais você pode se adaptar melhor e, se quiser experimentar um outro modelo de planilha gratuita de controle financeiro, fica aqui uma opção dos nossos amigos!
Conclusão
Em anos e anos de educação e orientação financeira, se tem uma lição que eu aprendi é que a luta contra a Natureza não é injusta – ela é um massacre. Por isso, a única chance de vencer essa luta é tendo objetivos muito fortes e/ou ferramentas que ajudem a transformar suas fraquezas (seus vieses cognitivos e seus mecanismos de distorção da realidade) em forças.
E hoje, graças à tecnologia, se tem uma coisa da qual o mundo NÃO sofre é de falta de opções de ferramentas…
Para finalizar, se você quer saber mais sobre esses mecanismos de distorção da realidade, objetivos e como, enfim, vencer a própria natureza, confira meu livro “Liberdade Financeira”. Leia e não deixe de fazer uma avaliação!