Eu não sou uma pessoa religiosa, mas, se existe “céu” e “inferno”, eu tenho certeza que, lá nas profundezas abissais, deve haver uma “sala vip”, devidamente equipada com os melhores instrumentos de tortura (e sem ar condicionado), para aqueles que praticam abuso e violência financeira contra o idoso.
Os idosos formar uma parcela da população bastante vulnerável ao abuso financeiro (aqui no Brasil é mais comum se falar em “violência financeira” – eu acho um termo um pouco exagerado, mas isso é irrelevante) e, neste artigo, eu quero explorar as causas, as motivações, as vítimas, os perpetradores e os tipos mais comuns de abuso (ou violência financeira).
Tudo o que está escrito neste artigo tem, como origem, a minha experiência profissional e pessoal (como educador e fazendo atendimentos individuais e familiares) e em leituras de matérias sobre o assunto, inclusive de fora do Brasil (para você ter ciência de que esse não é um problema do Brasil, mas da humanidade…).
Inclusive, o Brasil é bastante pobre em pesquisas e dados sobre abuso e violência financeira contra o idoso. Mas existem pesquisas e estatísticas feitas em outros países e os resultados são bastante consistentes.
Inclusive, uma coisa que parece ser igualmente consistente, no mundo todo, é a subnotificação de casos de abuso e violência financeira contra o idoso. Estima-se que, para cada caso notificado às autoridades, pelo menos vinte outros casos “passam em branco”.
Estima-se que, para cada caso notificado às autoridades, pelo menos vinte outros casos “passam em branco”
Se preferir, assista a este vídeo com conteúdo similar (mas ligeiramente diferente) a este artigo:
Por que a violência financeira contra o idoso acontece
Existem casos (raros, mas existem) em que a violência (não contra o idoso, mas de uma forma geral) é justificável (e, usualmente, como ÚLTIMO RECURSO). É aquela situação onde você golpeia um bandido em legítima defesa – é matar ou morrer.
Salvo nessas raras situações, a violência é a ferramenta de pessoas covardes. E covardes são orientados pela “lei do mínimo esforço”. Ou seja, eles têm uma preferência por pegar a “presa fácil” e, lamentavelmente, os idosos estão numa situação de vulnerabilidade que faz com que estejam, permanentemente, com um “alvo nas costas”.
Alguns pontos de fragilidade dos idosos
A lista de pontos fracos que os abusadores podem explorar é, potencialmente, infinita.
Solidão
Pessoas solitárias (especialmente quando é uma solidão involuntária) tendem a ser mais carentes afetivamente e, consequentemente, mais vulneráveis a ataques e abusos de um “predador financeiro”.
Isolamento
Muitos idosos vivem com suas famílias. Mas alguns estão distantes de seus familiares (inclusive em instituições para idosos) e de gente que pode observar (e denunciar) anormalidades.
Dificuldade de adaptação
Alguns idosos têm dificuldade (compreensivelmente) em se adaptar às “modernidades” do mundo, como transações via internet, dispositivos tecnológicos com telas pequenas, jargões complexos e mesmo com mudanças socioculturais.
Com isso, se tornam pessoas meio “perdidas”, e vítimas fáceis daqueles que gostam de se apresentar como “bons samaritanos” (porém, com intenções maliciosas).
Limitações de movimentação
Quando idosos se tornam fisicamente dependentes de terceiros (para se movimentar e fazer coisas básicas do dia a dia), eles se colocam em uma situação de vulnerabilidade.
Limitações cognitivas
Nem todos os idosos sofrem alguma deterioração de suas funções cognitivas com o tempo. Mas, aqueles que sofrem, assim como no caso das limitações físicas, acabam se colocando numa posição de dependência em relação a outras pessoas, que pode levar ao abuso e à violência.
Os tipos mais comuns de abusos financeiros contra o idoso
Roubo e furto
Roubo e furto de dinheiro e de objetos, especialmente no local de residência do idoso.
Esse tipo de abuso é, naturalmente, facilitado pelo luxo de pessoas no local de residência, como parentes, cuidadores e prestadores de serviços em geral.
Fraude
Aqui, entram coisas como falsificação de documentos e assinaturas. Também se enquadra como fraude o uso indevido de benefícios previdenciários e de seguridade.
Coação e chantagem
Usar ameaça de abandono ou agressão, ou mesmo a clássica “chantagem emocional”, para obter algum tipo de benefício.
Abusos envolvendo transferência de ativos
Explorar limitações cognitivas, ou usar de coação, para fazer transferências de ativos, obter procurações ou testamentos.
“Golpes de confiança”
Aqui, entram todos aqueles pequenos golpes e trapaças que são baseados numa relação (ou aparência) de confiança, como pedidos de ajuda, boletos de instituições inexistentes ou fraudulentas, tentativa de venda de produtos e serviços irrelevantes ou sem valor algum e outras coisas do gênero.
Roubo de identidade
Quando um abusador explora o idoso para usar sua identidade com o objetivo de obter vantagem. Aqui, vai desde casos mais “leves” (como o sujeito que leva a avó junto em algum lugar, só para entrar na fila preferencial) até casos de fraudes, como obter empréstimos em nome do idoso ou tomar benefícios securitários e previdenciários sem o idoso ter conhecimento.
Quem são os potenciais abusadores
Qualquer pessoa que tenha acesso ao idoso, e que tenha a oportunidade de conquistar sua confiança, pode se tornar um abusador.
E, aqui, quero ressaltar o PODE SE TORNAR. Estou falando de uma situação em que existe o potencial de surgir o abuso, e não que exista o abuso em si.
Entre os abusadores mais comuns estão:
Família
De longe, a maior parte da violência e dos abusos contra idosos (em um nível mundial) são cometidas por gente da família, com destaque para os FILHOS.
Isso é um dado interessante, pois muitos estudos sobre abuso e violência financeira contra o idoso indicam uma grande desproporção entre abusos cometidos por filhos e netos. Os filhos são os maiores perpetradores de abusos.
Cuidadores em geral
Aqui, entram todos os profissionais (geralmente associados à área de saúde) que têm relação prolongada com o idoso e que, por conta disso, podem desenvolver uma relação de confiança bastante intensa.
Vizinhos, amigos e conhecidos
Novamente, o que determina o potencial abuso, nessas situações, é o vínculo e a relação de confiança que se forma.
Sempre que uma relação de confiança é formada, ela pode ser explorada por alguém mal intencionado.
Outros profissionais de confiança
Aqui podem entrar advogados, contadores, profissionais de investimentos, prepostos de instituições financeiras (que adoram vender empréstimos, seguros irrelevantes e outros serviços financeiros para idosos), líderes espirituais e religiosos e mesmo profissionais de saúde, como médicos e terapeutas.
Sinais suspeitos de abuso e violência financeira contra o idoso
Aqui vai uma lista (não compreensiva) de alguns sinais que podem indicar que um idoso está sendo vítima de abuso ou violência financeira.
Sempre lembrando que, tipicamente, numa lista de “sinais”, raramente um sinal isolado é o suficiente para se tirar conclusão sobre algo.
Porém, se você observar dois ou mais sinais em um idoso, a suspeita começa a ficar mais consistente.
- Sinal suspeito #1: O idoso está sofrendo cortes de serviços básicos, como luz e água;
- Sinal suspeito #2: O idoso está sofrendo punições e penalidades por atrasos em pagamentos, como protestos, cobranças e processos judiciais;
- Sinal suspeito #3: O idoso está se alimentando de forma deficiente e sendo negligente com a própria saúde, por conta de restrições financeiras;
- Sinal suspeito #4: O idoso não compreende a própria situação financeira, ou justifica sua situação com explicações vagas e “sem pé nem cabeça”;
- Sinal suspeito #5: Mudanças súbitas em testamentos e beneficiários de seguros e benefícios.
Punições e penalidades contra abusadores de idosos
No Brasil, as Leis protegem a todos os cidadãos. Então, boa parte desses abusos (especialmente aqueles que configuram fraude) já são previstos pela legislação comum.
Porém, os idosos têm uma camada adicional de proteção, provida pelo Estatuto do Idoso.
O Estatuto do Idoso prevê diversas penas e punições para abusos contra idosos (não só abusos de natureza financeira). Mas, no que se refere às questões financeiras, o Estatuto do Idoso define duas situações passíveis de prisão e multa: A apropriação ou desvio de bens e a retenção do cartão que dá direito aos benefícios securitários.
A Lei existe. Ela pode ser incompleta e deficiente, mas existe. Porém, mesmo com uma legislação que garanta uma boa proteção, poucos idosos buscam apoio legal para garantir seus direitos.
Quando se trata do abuso e da violência financeira contra o idoso. O componente emocional e afetivo não pode ser subestimado.
Estima-se (número médio de diversas pesquisas e estudos, em vários países) que algo em torno de 90% dos abusadores de idosos são familiares ou pessoas próximas “de confiança”. Por conta disso, um idoso, vítima de abuso, pode ficar inibido em tomar medidas mais duras, seja por pena (e aí entram em ação os mecanismos de racionalização e relativização dos abusos) ou medo de sofrer retaliações, na forma de abandono ou, mesmo, agressões físicas e psicológicas.
Isso é uma explicação plausível para a enorme subnotificação de casos, que é estimada em vários países do mundo.
Conclusão – Cuidado com o “viés do ponto cego”
Um dos vieses cognitivos mais insidiosos que temos é o chamado “viés do ponto cego”. Nós somos muito eficientes em apontar falhas nas outras pessoas, mas temos dificuldade em enxergar essas falhas em nós mesmos.
Ao longo da minha vida, já vi inúmeras pessoas ficarem absolutamente indignadas ao presenciarem casos de abusos contra idosos. Porém, essas mesmas pessoas eram, elas próprias, abusadoras (ainda que cometendo abusos por curtos períodos e de baixa intensidade).
Casos de abuso e violência financeira contra o idoso DEVEM ser denunciados – isso é algo que está fora de discussão. Porém, antes de “apontar o dedo” para alguém, pergunte a si próprio se você também não tem “culpa no cartório”.
Muita gente simplesmente NÃO ENXERGA quando são, elas próprias, as abusadoras. Olhe um pouco para trás. Será que você nunca deu uma “pisada de bola” com seus pais ou avós, e que eles deixaram por isso mesmo em nome do “amor incondicional” e da harmonia no relacionamento familiar?
Se você fizer essa autoanálise e constatar que já deu uma ou outra “bola na trave”, não se martirize por isso. Todo mundo erra e ninguém é perfeito. Mas, se a vítima do seu abuso (ainda que involuntário) ainda estiver viva, aproveite para ter uma atitude nobre, pedir desculpas e, se for o caso, fazer algo para reparar o que foi feito.
Comentários
Tenho 2 casos de abusadores , sendo um deles em minha própria e o outro na família de minha esposa. Em ambos os casos, são netos criados pelas respectivas avós.
No caso da família de minha esposa, o rapaz ( 19 anos ), é ladrão, dissimulado, chantagista emocional e tremendo mau caráter, pois tenta o tempo todo obter vantagem não apenas em cima da avó, mas de qualquer parente com quem tenha alguma relação.
Em suas encenações , até minha esposa ( sua tia ) já foi vítima do meliante.
Após muitas mazelas, acabou sendo banido, pelos tios, primos e pelos outros avós, porém como conseguiu engravidar uma “incauta”, segue se aproveitando da avó que o criou, extraindo dela recursos vitais à sua manutenção, repostos pelos filhos, para que a mesma não entre em situação de penúria.
O caso em minha família, é de uma neta criada por minha mãe ( 32 anos ), que além de se aproveitar de sua fragilidade, se casou com um vagabundo e juntos já montaram vários esquemas para vilipendiar a idosa, como festas, viagens, venda de bugigangas, uso de cartões, uso de veículo, compra de móveis, convites para refeições em restaurantes e por aí vai.
Como o casal é articulado, sua atuação é danosa e ao mesmo tempo sútil, de difícil detecção , pois a variedade de golpes é extensa, bem como a forma de aplica-los, sendo que muitas vezes os vilões, acabam sendo os defensores da idosa ……( cruel demais !! )
Geração sem escrúpulos, nem limites.
Uma das minhas irmãs, ela e os dois filhos( ou melhor 1 filho agora, um deles se casou a 3 anos) desde o sumiço do pai dos meus sobrinhos a 25 anos eles moraram e dependeram da minha mãe.Hoje estou lendo esse artigo, e agradecendo a Deus por nunca ter acontecido isso com ela,pois nesse momento minha mãezinha de 85 anos esta internada em estado grave ,e toda a família esta unida como sempre foi.Muito triste os idosos que sofrem estes abusos,tem que denunciar.
Eu tenho um caso
Que é com minha ex sogra
Uma pessoa muito importante na minha vida
Ela e viuva aposentada
Rescebia seu dinheirinho
Fazia as compras do mês e ainda sobrava alguns quebrando que ela acabava por guarda para alguma emergência.
A filho se ou foi com um selhor que se dizia trabalhar para o INSS
A casa dela coitada, vivia cheia de gente que pedia ajuda para este senhor aposentarem eles.
Muitos vinham reclamar porque se sentia graduados.
A filha que não sabe ler né usar o caixa elétrico
Conseguiu uma procuração para receber o dinheiro para a mãe.
De uns 4 anos pra cá quem pega o dinheiro da minha ex sogra e o senho
Que sempre tem uma justificativa para o não rescebimento da aposentadoria da minha ex sogra
Ele fala que o dinheiro o banco está prendendo o dinheiro dela ou que está bloqueado.
Ou que não saiu por causa da prova de vida
Mas ela está sempre saído com ele mais a filha para fazer esta tal prova de vida
Até trazê documentos para ela carimba com o dedo ele trás.
Ela não sabe ler nem escrever.
As vezes ele da 200.0 reais para ela é fala que o banco só liberou isso e que o restaurante vai saí depois
Pelo que eu sei ela nunca tinha passado por isso
Até ele se juntar com a filha .todo mundo sabe que tem alguma coisa errada
Mas não tem coragem de tomar nenhuma providência
Ele não deixa ela pegar o cartão e sempregrita com ela até a filha
Coitada nunca consegui fazer uma compra descente compra sexta básica. Mas nem sempre consegue pagar.
Ele diz ter 2 pagamentos
Mas nunca vi sempre que ele aparece com dinheiro ele da a mulher para comprar roupas que é um vício que minha ex cunhada tem.
E o resto do dinheiro ele enche a casa de gente e faz churrasco
Mesmo contra a vontade da minhminha ex sogra.
Ela mesmo por diversas vezes reclamou comigo
Fez pranos de pegar os documentos dela e voltar a pega a aposentadoria dela
Mas é só ela fica sozinha com a filha e o marido
Para ela desistir
Ela as veze chora e eu mais eu o que posdo fazer
Tenho medo de denunciar e ele descobrir ele já mim ameaçou uma vez
Ele tem um tal advogado Senhor EDUADO.
QUE NOME ESTÁ O SEMPRE PRESENTE NAS JUSTIFICATIVAS QUE ELE DA PARA A MINHA EX SOGRA
EU JÁ CONVERSEI COM O FILHO DELA MEU EX MARIDO
ELE PROMETE TOMAR PROVIDÊNCIAS MAS DEPOIS RECUA.
AS NETAS SABEM MAS TEM MEDO.
EU NÃO SEI O QUE FAZER PARA PEDIR AJUDA PARA ELA.
EU PENSO EM MIM MUDAR DAQUI MAS TENHO MEDO QUE DEIXANDO ELA SOZINHA AQUI NO QUINTAL COM ELES POSSA ACONTECER ALGO PIOR COM ELA.
ESTOU SEMPRE CONVERSANDO COM ELA
SE ELA FICA DOENTE SOU EU QUE DOU COMIDA REMÉDIOS E LAVO AS ROUPAS DELA
A FILHA NÃO LAVA AS ROUPAS DELA
ELA MESMA CUIDA DA CASA .
A FILHA SÓ LAVA AS ROUPAS DO MARIDO E DELA.
CLARO ELA TEM ESSE LADO BOM MARCA CONSULTAS E ACOMPANHA A MÃE.
O RESTO
ELA VIGIA O QUE A MÃE ESTÁ CONVERSANDO E QUANDO O ASSUNTO É A APOSENTADORIA DA MINHA EX SOGRA
ELA ESPERA A GENTE SE AFASTA E FAZ AMEAÇA EMOCIONAL
DIZENDO QUE VAI EMBORA E NUNCA MAIS VAI VOLTAR.
ELA GOSTA DE TOMAR LEITE COMER FRUTAS
MAS ISSO NEM SEMPRE É POSSÍVEL.
SEMPRE QUE POSSO AJUDO NA DISPESA É E CLARO O LEITE E O FUMO DELA ESTA SEMPRE EM PRIMEIRO LUGAR.
TENTO FAZER O MÁXIMO PARA SATISFAZER AS VONTADE DELA .
MAS INFELIZMENTE NÃO SEI O QUE FAZER PARA PEDIR AJUDA.
ELE PARECE SE UM ESTELIONATÁRIOS
MUITAS PESSOAS JÁ FIZERAM RECLAMAÇÕES DELE POR FRAUDE NA APOSENTADORIA.
E AGORA
QUEM PODE AJUDAR A MINHA EX SOGRA?
Ela só tem 87 anos
Mas é um amor de pessoa.Eu amo muito ela Nos temos uma relação de mãe e filha sem nenhum interesse.
A não ser de respeito e muita gratidão por tudo que ela mim ensinou por tudo que ela fez por mim
EXEMPLO DE MÃE AVÓ BISAVO.
AMOR DE PESSOA SOU MUITO AGRATA PELO PRIVILÉGIO DE TER NA MINHA VIDA ESTE ANJO
DONA BENEDITA STERCE VITOR.