O que você acha da ideia de “emprestar” suas ações para alguém (e ser remunerado por isso)? Descubra como funciona o aluguel de ações (e como você pode obter uma renda adicional de sua carteira de ações)
Existem muitas formas de se ganhar dinheiro no mercado de ações, e algumas delas são bastante contraintuitivas. Investidores iniciantes muitas vezes não têm noção da enorme versatilidade das ações. São inúmeras as formas que existem de se ganhar dinheiro com elas.
E uma dessas formas é o “aluguel de ações”. Se chama “aluguel” quando o investidor que possui ações as oferece a outros agentes do mercado financeiro. Agentes esses que, por algum motivo, precisam daquelas ações temporariamente (e não têm a intenção de comprá-las).
No jargão do mercado financeiro, o investidor que disponibiliza as ações é chamado de “doador”. Quem toma as ações é, previsivelmente, chamado de “tomador”.
Vamos, então, dar uma olhada em como funciona o aluguel.
Aluguel de ações – Qual é a remuneração?
O investidor (doador) que tem suas ações alugadas recebe “juros”. Esses juros são uma taxa definida pelo próprio doador. Quando o investidor toma a decisão de oferecer as ações, ele define a taxa de juros que quer receber. Aquele que vai tomar as ações alugadas (o tomador) vai, naturalmente, ver as ofertas do mercado e vai optar pela menor taxa. Isso leva a uma competição entre os donos de ações que oferecem para aluguel.
Afinal, é “aluguel” ou “empréstimo” de ações?
Tecnicamente é um “empréstimo”. Na literatura em Inglês, se refere a essa transação como “loan” (empréstimo). Outra pista de que se trata de um empréstimo (e não de aluguel) é o fato da remuneração ser expressa em taxa de juros. “Juros” é, tipicamente, a remuneração de empréstimos e financiamentos.
Aqui no Brasil, se convencionou chamar essa operação de “aluguel”, mas, na verdade, trata-se de um empréstimo.
As condições impostas pelo doador das ações
O doador define, então, a taxa de juros e o prazo máximo do aluguel. Não há nenhuma regra para essas duas condições. Basicamente, o doador estabelece “aquilo que quiser”.
Quanto ao prazo, o mais comum é as ações serem oferecidas por um período de alguns meses. Mas, novamente, não há uma regra e prevalece a discricionariedade do doador.
Qual o perfil típico do doador de ações?
O doador “padrão” é alguém que tem ações. Porém, por qualquer motivo, não quer (ou não pode) vender as ações e busca um rendimento adicional (os juros).
Um típico doador “pessoa física” é aquela pessoa que está acumulando uma carteira de longo prazo (ou criou uma carteira para receber dividendos). Essa pessoa não tem a intenção de vender as ações (nem que o mercado entre num ciclo de baixa acentuada). Então, oferecem as ações para ganhar uma “renda extra”.
O aluguel de ações é, também , bastante utilizado por investidores institucionais (como fundos de investimento e de pensão) que, por qualquer razão, não podem vender ações em suas carteiras. Nesses casos, o aluguel virá uma forma de tentar rentabilizar ou amortecer perdas (no caso de um mercado em baixa)
Quem são os tomadores de ações?
Agentes do mercado “tomam” ações com várias finalidades. A mais comum é para fazer a famosa “venda a descoberto”, que é um tipo de operação altamente especulativa para tentar obter ganhos com o mercado em baixa (clique aqui para saber mais sobre a “venda a descoberto”). Outra s finalidades comuns são a constituição de garantias e a montagem de operações estruturadas (como as operações “long-short”).
Como ficam as rendas da ação alugada?
Durante o período em que as ações ficam alugadas, elas saem da conta de custódia do doador. Porém, essa operação fica devidamente registrada na bolsa (através do Banco de Títulos – BTC).
Eventuais rendas e proventos serão recebidos por quem for o atual detentor da ação (o tomador ou alguém que comprou a ação dele). Porém, os valores dessas rendas e proventos serão descontadas do tomador (pelo próprio BTC) e pagas ao doador.
Isso significa que o doador não tem NENHUMA perda financeira no período em que as ações estiverem alugadas. A única perda do doador é a perda dos direitos de votar e participar das assembleias (no caso de ações ordinárias).
Quais são os riscos de alugar as ações?
Para o doador, basicamente não há risco. O retorno das ações (bem como o pagamento das rendas e proventos) é garantido pela bolsa. Então, basicamente, não há com o que se preocupar.
O tomador pode se expor a riscos maiores (até mesmo riscos ilimitados). Porém, esses riscos não são intrinsecamente ligados ao aluguel de ações, e sim àquilo que vai ser feito com as ações (venda a descoberto, por exemplo, é um tipo de operação notoriamente arriscado).
Quero ser um tomador. O que fazer?
Vamos imaginar, então, que você resolveu experimentar as “emoções” de operar em mercados em baixa fazendo venda a descoberto de ações. Você precisará tomar essas ações antes de iniciar suas operações.
O primeiro passo é definir qual ação quer tomar. O segundo é ver as ofertas (para ver taxas de juros e prazos). Algumas corretoras permitem que se veja as ofertas diretamente na plataforma de negociação. Outras exigem que o investidor entre em contato diretamente.
A tomada de ações é feita através de um depósito de garantias (que pode ser dinheiro ou alguns títulos financeiros). Essa margem costuma ser de 120% do valor das ações que estão sendo tomadas e, sob certas circunstâncias, a corretora pode exigir margem adicional.
Devo oferecer minhas ações para aluguel?
Tem um velho ditado que diz que “dinheiro a mais nunca é demais”. Se você tem ações, e não tem a intenção de vendê-las (nem que o mercado entre num ciclo de baixa forte), não há porque NÃO oferecê-las para aluguel.
Para o investidor, o risco é virtualmente inexistente e vira uma oportunidade de ganhar uma “graninha a mais”.
Então, se você estiver nessa situação, entre em contato com sua corretora e informe-se. Veja qual é a taxa de juros que está sendo praticada na ação que você quer disponibilizar (para saber quanto o mercado está pagando – e aumentar suas chances de alugar), defina um prazo máximo e faça a sua oferta!
E se você quiser saber mais sobre como investir na bolsa e obter o máximo retorno por suas ações, seguindo um método consistente e seguro, conheça o meu curso “ValueMaster – Formação de Investidores em Ações” clicando abaixo.