O conceito de despesas fixas e despesas variáveis é uma coisa que deveria ser fácil e intuitiva, mas não é. E isso acontece porque há algumas diferenças no “entendimento conceitual” da coisa toda, como vamos ver.
O que são, tecnicamente, despesas fixas
Despesas fixas são despesas têm sempre o mesmo valor, independentemente do consumo. Quero ressaltar isso novamente – INDEPENDENTEMENTE DO CONSUMO – pois uma boa parte da confusão vem daí…
As despesas fixas costumam ser regulares (mensais, por exemplo), mas, o que DE FATO define uma despesa fixa é que ela não é alterada pelo consumo.
Desta forma, independentemente do que você consumir, o valor será o mesmo (daí “despesa FIXA”).
Alguns exemplos de despesas fixas
Nas finanças pessoais, uma típica despesa fixa é o aluguel de um imóvel (quando a pessoa mora de aluguel). A despesa de aluguel é regida por um contrato e ele estabelece um valor mensal, que deve ser pago independentemente do “uso” efetivo do imóvel.
Ou seja, você não vai ter um “desconto” no aluguel se viajar por um mês e não ficar, naquela período, dentro do imóvel… E também não vai pagar uma taxa extra caso resolve virar uma pessoa reclusa, que não sai de casa para nada. Você vai pagar o mesmo valor, independentemente de quanto “usa” o imóvel.
Outros exemplos de despesas fixas pessoais são serviços de streaming, TV a cabo, mensalidade escolar entre outros. Se você resolver “maratonar” toda a programação de seu serviço de streaming durante um mês ou não assistir nada, pagará o mesmo. Se você tiver uma dor de barriga e ficar uma semana sem ir na escola, pagará o mesmo (você não vai ter um “desconto” por isso).
Na gestão financeira empresarial é a mesma coisa. Você precisa pagar o salário ao seu funcionário. Se ele trabalhar o tempo todo (assumindo que estamos falando de horas regulares de trabalho) ou se ele fica “coçando o saco” esperando algo acontecer, o salário a ser pago é o mesmo.
E as despesas variáveis?
Se despesas fixas são aquelas que independem do consumo, as despesas variáveis são as que (obviamente) VARIAM conforme o consumo. Se você consume mais, paga mais. Se consome menos, paga menos. Simples assim.
Energia elétrica, alimentação, combustível… Tudo isso são exemplos de DESPESAS VARIÁVEIS.
Se você comer mais, menos ou, simplesmente, não comer nada, a sua despesa de alimentação vai refletir isso.
Algumas despesas variáveis são RECORRENTES (ou seja, elas são habituais e, em alguns casos, são pagas em intervalos regulares).
Mas o fato dessa despesa ocorrer em intervalos regulares não faz com que ela seja, tecnicamente, “fixa”, pois você sempre tem a opção de que essa despesa não ocorra. Por exemplo, se você quiser “zerar” sua despesa com eletricidade, pode fazer um experimento e viver por um mês como nossos antepassados de antigamente, acendendo tochas dentro de casa (cuidado para não causar um incêndio) e usando técnicas antigas de preservação de alimentos para compensar a falta da sua geladeira (isso poderia virar um reality show…).
Sua vida vai, provavelmente, virar um pesadelo… Mas é uma decisão que você pode tomar, se quiser. “Zerar” (ou reduzir drasticamente) essa despesa é algo que está sob seu controle (ainda que as consequências sejam desagradáveis).
Onde está a confusão?
Muitas pessoas (inclusive profissionais e estudiosos das finanças e da contabilidade – muita atenção neste tópico do artigo) interpretam as despesas recorrentes como FIXAS.
Argumentam que despesas com eletricidade e outras que já foram mencionadas são fixas pois “acontecem todo mês”. Mas essas pessoas acabam desconsiderando o efeito do consumo, que pode fazer com que a despesa cresça, diminua ou, simplesmente, desapareça.
Se você ler outros artigos e materiais sobre classificação de despesas, certamente vai se deparar com essa confusão entre despesas recorrentes e despesas fixas.
E aqui vem o ponto que eu quero que você tenha PARTICULAR ATENÇÃO
Se você vai prestar provas ou concursos – ATENÇÃO
Em muitas provas e concursos (inclusive provas de certificações bancárias e financeiras) é comum cair perguntas sobre despesas fixas e variáveis. Frequentemente as pessoas que criam as perguntas das provas têm esse entendimento de que “despesa recorrente é despesa fixa” (e eu insisto que NÃO É).
Porém, se você vai fazer uma prova, lembre que seu objetivo é passar na prova, e não “teimar” com a organização da prova por conta de questões conceituais. Então, minha dica é que você leia todas as respostas (assumindo que seja uma pergunta de múltiplas escolhas) e responda por exclusão. Veja todas as respostas possíveis e tente inferir, por ali, se a pergunta foi formulada com a visão correta ou com a visão “torta” de despesas fixas e variáveis.
Responda e passe na prova primeiro. Deixe para brigar e questionar depois…
Despesas fixas e variáveis na prática
Saber classificar as despesas entre fixas e variáveis é muito importante, no planejamento financeiro, quando se precisa, por exemplo, reduzir as despesas.
As despesas fixas, por suas características, são “tudo ou nada”. Não dá para, simplesmente, “reduzir”. Talvez você possa fazer um downgrade do seu plano de TV a cabo ou seu pacote de internet, mas isso implica em cessar o serviço atual e começar outro, sob novas condições.
Aí temos outro potencial problema: Algumas despesas fixas são regidas por contratos, com penalidades caso você encerre esse contrato unilateralmente.
E, em outras despesas fixas, simplesmente NÃO DÁ para mexer rapidamente, se for preciso. No exemplo do aluguel, você pode se mudar para uma casa menor e mais barata se quiser poupar dinheiro, mas dificilmente vai conseguir fazer isso “na hora”. O processo de escolha de um novo imóvel e a mudança são coisas que levam algum tempo. Por isso, os efeitos dessa economia vão levar um tempo para aparecer.
Já nas despesas variáveis, uma redução de consumo vai trazer uma economia financeira IMEDIATA. Se você for hoje ao supermercado e comprar menos coisas (ou produtos mais baratos), vai economizar dinheiro… Aqui não tem segredo.
Por isso, quando uma pessoa (ou mesmo uma empresa) precisa fazer uma redução de despesas com IMPACTO NO CURTO PRAZO, o lugar para onde se deve “olhar primeiro” são as despesas variáveis. É ali que está o potencial de ter economias imediatas.
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