05/05/2020 • • por Andre Massaro

Finanças pessoais – Abordagem tática e estratégica


As finanças pessoais, assim como muitos outros aspectos da vida de indivíduos e organizações, têm uma abordagem tática e outra estratégica.

Eu gosto de explicar o universo das finanças pessoais como se fossem dois “sub-universos” que convivem lado a lado, porém, sem se sobreporem.

O primeiro desses sub-universos é o que eu me refiro como “o mundo do dinheiro faltando”. Nesse mundo, os temas de interesse são endividamento, uso do crédito, planejamento financeiro, consumo entre outros. É um mundo de escassez, onde a preocupação maior é “esticar” o dinheiro o máximo possível. Neste mundo, como o nome (que eu dei) sugere, estamos sob domínio da falta.

O outro sub-universo eu chamo, previsivelmente, de “mundo do dinheiro sobrando”. Aqui estamos sob domínio da “sobra” e as decisões são voltadas ao que fazer com o dinheiro excedente. Aqui, estão assuntos como investimentos e previdência.

Finanças pessoais – A abordagem tática

A abordagem tática das finanças pessoais é voltada para ações pontuais e com efeitos de curto prazo.

E ações de curto prazo são, basicamente, ações que envolvem poupar dinheiro. Isso por uma razão simples: Nós não temos NENHUM controle sobre o dinheiro que a gente ganha. Ninguém consegue ganhar mais dinheiro, simplesmente, por um “ato de vontade”.

Se você tiver que fazer alguma ação de curto prazo para melhorar suas finanças, necessariamente terá que mexer pelo lado do gasto. Isso vai implicar em coisas como consumir menos (ou consumir produtos mais baratos) e fazer alguns sacrifícios.
É o famoso “cortar o cafezinho”, um clichê tão batido do mundo das finanças pessoais e da educação financeira.

Fazer cortes de gastos é importante (na verdade, é a única coisa a fazer) quando as contas se encontram em situação de desequilíbrio. Como abordagem tática (de resolver uma questão pontual), é a coisa correta a se fazer.

Porém, existem dois problemas nas abordagens táticas: A primeira delas é que ninguém consegue ficar rico (ou fazer algum grande progresso patrimonial) simplesmente economizando dinheiro. Poupar dinheiro (e investir) é importante, mas algumas pessoas tendem a superestimar aquilo que é possível fazer, apenas seguindo esse tipo de medida.

O segundo problema é que essas abordagens táticas não são sustentáveis no longo prazo. Ninguém consegue (e nem deveria) viver economizando, se sacrificando e se privando das coisas boas. Educação financeira não é sinônimo de “mesquinharia” e os sacrifícios deveriam ser ações apenas de curto prazo, para reequilibrar as finanças, organizar a vida e te deixar em condições de tentar um “salto qualitativo”.

Finanças pessoais – A abordagem estratégica

Você deve ter percebido que as abordagens táticas estão bastante associadas àquele “mundo do dinheiro faltando” que eu mencionei.

As abordagens estratégicas são aquelas que buscam conquistar riqueza. São aquelas coisas que, se tiverem sucesso, permitirão a você não mais viver, permanentemente, no plano tático, se privando das coisas que você quer e economizando migalhas.

Na abordagem estratégica, vamos buscar algum tipo de “descontinuidade positiva”. Aqui pensamos em coisas como empreendedorismo, desenvolver uma carreira de sucesso ou fazer investimentos em ativos financeiros (mas sempre lembrando que ativos financeiros têm muitas limitações para quem quer, de fato, “enriquecer”).

É possível criar esse tipo de descontinuidade (leia-se “enriquecer”) com ações táticas, mas é preciso que essas ações estejam alinhadas com algum objetivo estratégico. Do contrário, sacrifícios feitos no plano tático apenas te permitirão viver, por mais tempo, naquela “vidinha” de economizar no cafezinho e ficar catando trocados.

As limitações da educação financeira

Uma das maiores limitações da educação financeira típica é, exatamente, o foco excessivo na abordagem tática (no “economizar tostões”). E, mesmo quando a educação financeira se aventura no “mundo do dinheiro sobrando”, geralmente é falando sobre investimento em ativos financeiros como ações e títulos de renda fixa.

Ativos financeiros são uma excelente ferramenta para potencializar o crescimento do patrimônio e para protegê-lo. Porém, eles têm uma atuação coadjuvante. A ideia de que alguém pode enriquecer “apenas” investindo em ativos financeiros é, em grande parte ilusão. Algumas pessoas até conseguem, mas são poucos casos e, na maior parte das vezes, as histórias por trás desse enriquecimento são muito mal contadas…

Sugestão de leitura: “É possível ficar rico apenas investindo dinheiro?”

Por isso, ao fazer seu planejamento financeiro pessoal, não subestime as abordagens estratégicas: aquelas que vão (se tudo der certo) te levar ao enriquecimento.

Não acredite que é possível enriquecer cortando cafezinho e investindo o que sobra em títulos do Governo. As pessoas que defendem essa ideia não são, elas próprias, exemplos de sucesso de enriquecimento seguindo por esse caminho.

Pense em descontinuidades (positivas, naturalmente). Pense em ideias que possam te trazer uma “grande vitória”, um grande salto em sua situação financeira. E use as ações táticas como uma ferramenta para apoiar esse grande salto.

E fica, como sugestão de leitura adicional, meu livro “Liberdade Financeira”. Clique aqui para saber mais.

Quer se manter atualizado?

Assine minha newsletter e fique sabendo, em primeira mão, sobre meus artigos e vídeos. E receba, ainda, conteúdos EXCLUSIVOS.

Leia também:

Comente